Terapia da fala, antes dos dois anos de idade? Verdade ou mentira?
“O meu filho ainda não fala ou fala mal, porque é muito preguiçoso” ou “basta dar-lhe tempo e ele vai começar a falar sem ajuda” são dois mitos muito comuns e que, com certeza, já disse ou ouviu alguém dizer.
Cada criança tem o seu ritmo, mas o normal é as primeiras palavras surgirem por volta dos 12 meses. Os pais devem estimular o desenvolvimento e falar corretamente com os filhos desde muito cedo. Desta forma, chamar “chicha” à carne ou “ti-ti” à tia, deverá ser usado quando muito até aos dois anos de idade, porque os pais/cuidadores devem infantilizar menos a linguagem quando falam com as crianças.
A grande dúvida com a qual os pais se colocam é: afinal quando é que é suposto o meu filho começar a falar? Tal como as crianças têm ritmos diferentes, também é verdade que existem marcos típicos de desenvolvimento.
- Por volta dos 12 meses as crianças começam a produzir as primeiras palavras – nomes de familiares, animais de estimação, brinquedos – soltas e mal articuladas;
- Até aos dois anos vão começando a juntar duas palavras, com um sentido de frase, que podem também ainda ser mal articuladas;
- Até aos três anos devem construir frases simples e depois mais complexas, com alguns erros, sobretudo quando se tratam de situações mais irregulares;
- Aos quatro anos, as crianças devem apresentar um discurso compreensível para qualquer pessoa. Podem ter dificuldades em algumas estruturas silábicas, mas vão conseguir produzir a maior parte dos sons
De acordo com estes marcos, se aos dois anos e meio a criança não produz palavras ou aos quatro anos não se faz entender por um desconhecido, estamos perante sinais de alerta que são indicativos de que de facto a criança deve fazer uma avaliação terapêutica.
Segundo a Sociedade Portuguesa de Neuropediatria, “as alterações da fala e da linguagem são as perturbações do desenvolvimento mais frequentes nas crianças em idade pré-escolar”. O atraso ou perturbação da linguagem atingem cerca de 5% a 10% das crianças nessa faixa etária.
Entre as causas mais frequentes da perturbação da linguagem primária, que resulta num atraso na linguagem, encontram-se o défice de audição, o atraso de desenvolvimento, a prematuridade, o autismo e a falta de estimulação. E em cerca de 7% dos casos de perturbação da linguagem a razão é desconhecida, embora alguns estudos apontem para causas genéticas ao nível cerebral.
Atualmente ainda há uma grande desvalorização dos problemas de linguagem na idade pré-escolar, acabando as crianças por chegarem às consultas quando estão a entrar no primeiro ciclo, uma vez que aí surge o problema da leitura e da escrita.
É fundamental que a intervenção seja precoce, de forma a não agravar, ou mesmo criar novos problemas. A prevenção é fundamental, através da realização de rastreios em crianças do pré-escolar.
Estou ao dispor para esclarecer todas as suas dúvidas. Se necessitar poderá ainda marcar um rastreio gratuito de Terapia da Fala comigo.
Neurovagos, a sua saúde é a nossa prioridade!