Hoje assinala-se o Dia Mundial da Incontinência Urinária!
A incontinência urinária é definida pela perda de urina, de forma involuntária. Ou seja, é uma perda de urina não controlada pela pessoa afetada.
É um importante problema médico, com repercussão social, pessoal, económica e profissional, com redução da sua qualidade de vida do doente.
É uma patologia mais frequente nas mulheres, afetando 50% das mesmas em algum momento das suas vidas, e aumenta com o também avanço da idade.
Contudo, há que chamar a atenção que a incontinência é algo anormal no envelhecimento: o avanço da idade predispõe à incontinência, mas a idade, em si, não a causa!
Divide-se em 3 tipos principais: de stress/esforço, de urgência e mista.
- Incontinência de stress/esforço – perda involuntária de urina quando há esforços que impliquem alguma pressão na parede abdominal, tais como atividades desportivas, espirrar, tossir, rir ou carregar pesos. São perdidas, geralmente, pequenas quantidades de urina. Mais comum nas mulheres com menos de 65 anos;
- Incontinência de urgência – perda involuntária de urina associada a urgência/imperiosidade miccional. Ou seja, trata-se de um desejo de urinar que pode surgir de forma repentina e intensa, levando à perda de urina. Pode estar associado a aumento da frequência de micções diárias e noturnas e ser até despoletado por algum fator externo (como por exemplo, estar a mexer em água). São perdidas, geralmente, maiores quantidades de urina. Mais comum nas mulheres com mais de 65 anos;
- Incontinência mista – combina características da incontinência de stress/esforço e urgência. Mais comum nas mulheres com mais de 65 anos.
Existem inúmeros fatores de risco que podem predispor à incontinência numa mulher, como por exemplo:
- Idade avançada;
- Partos vaginais anteriores;
- Obesidade;
- Doenças associadas;
- Histerectomia anterior (cirurgia de remoção de útero);
- Uso de medicamentos/substâncias (álcool, diuréticos, sedativos, hipnóticos, antidepressivos, relaxantes musculares, analgésicos, entre outros…).
Existem várias abordagens de tratamento consoante o tipo de incontinência urinária. Contudo, há atitudes terapêuticas que deverão ser aplicadas em todas elas, tais como:
- Terapia comportamental, com treino vesical – esvaziamento da bexiga frequentemente;
- Exercícios de fortalecimento dos músculos do pavimento pélvico – exercícios de Kegel (contração repetida dos músculos desta área);
- Rever a quantidade de fluídos diários e fazer restrições dos mesmos, especialmente no que diz respeito à cafeína e álcool, já são conhecidos “irritantes” da bexiga;
- Encorajar as mulheres com obesidade e excesso de peso a perder peso;
- Incentivar a doente a deixar de fumar.
Dependendo do tipo de incontinência, da afetação da vida diária e resposta a medidas iniciais, poderão ter que ser aplicados outros tipos de tratamentos corretivos, tais como medicamentos específicos ou até algum tipo de tratamento cirúrgico, realizado por médicos da área da Ginecologia Urológica.
Para mais informações e detalhe acerca destes rastreios ou outras dúvidas, não hesite em contactar as suas médicas de Clínica Geral/Medicina Geral e Familiar da equipa Neurovagos!
Fontes:
International Continence Society
European Association of Urology
Associação Portuguesa de Urologia
Family Pratice Notebook
Dynamed