A chegada de um diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) pode gerar dúvidas, confusão e alguma angústia, com todas as modificações que podem ocorrer no seio familiar.
O profissional médico, o educador ou o técnico de saúde, como o psicólogo ou o terapeuta da fala, pode ser um dos primeiros a identificar o TEA precocemente, entre os 6 meses e os 2 anos, sendo crucial a observação do comportamento e do desenvolvimento nestes momentos.
Apesar de existirem sinais de alerta precocemente, o diagnóstico pode ser realizado com maior fiabilidade a partir dos 3 anos, uma vez que é neste momento que a criança começa a abrir o seu mundo para o outro no âmbito social e comportamental.
Nesta fase, as crianças libertam-se de um movimento egocêntrico e voltam a atenção para o outro, tornando-se mais flexíveis e abertas às regras e pedidos dos outros, aprendendo a partilhar brinquedos, objetos ou interesses.
Contrariamente a este movimento, as crianças com TEA mantêm-se nesta fase, sem mostrarem interesse no outro ou pela partilha, e revelam dificuldade em seguir regras, com comportamentos rígidos, birras frequentes, comportamentos repetitivos.
Até aos 2 anos de idade há uma grande variabilidade de sintomas e sinais que levam a uma maior dificuldade na identificação do TEA, contudo esta variabilidade é característica do diagnóstico. É comum ouvir os pais dizerem:
“O meu filho teve um desenvolvimento normal até aos dois anos, e depois mudou.”
“O meu filho olhava para mim e ria-se e agora não responde quando o chamo.”
“O meu filho não se aconchegava no meu colo.”
Assim, neste Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, torna-se importante compilar um conjunto de sinais de alerta para o Transtorno do Espectro do Autismo nos primeiros anos de vida. São eles:
- Não olha nos olhos;
- Não responde quando alguém chama o seu nome;
- Não apresenta movimento antecipatório (colo);
- Não se relaciona, isola-se;
- Recusa o contacto físico;
- Não usa gestos (como apontar e dizer adeus);
- Dificuldade em imitar;
- Não brinca com jogos interativos (como por exemplo, o jogo do “cucu”)
- até aos 2 anos a criança não produz qualquer palavra, emitindo apenas vocalizações pouco diferenciadas.
- Não compreende quando se fala com ele;
- Parece “surdo”;
- Leva o adulto pela mão ou aponta e não faz pedidos verbalmente;
- Repete o som que lhe é feito (ecolalia);
- Usa uma linguagem idiossincrática;
- Faz birras exageradas;
- Alinha, empilha ou manipula objetos de uma forma repetitiva e compulsiva;
- Tem dificuldade em brincar com brinquedos novos;
- Tem dificuldade em adaptar-se a novas situações;
- Tem movimentos repetitivos (andar em bicos de pés, balançar, rodopiar, flapping, saltinhos ou girar objetos);
Os presentes sinais não conduzem, por si só, a um diagnóstico, contudo são sinais para os pais, educadores e técnicos de que algo não está bem, e que não deve ser ignorado, sendo importante realizar um encaminhamento para que os sinais sejam avaliados por um profissional.
Na Neurovagos tem à sua disposição equipa multidisciplinar pronta para ajudar com as suas dúvidas, em especial com as especialidades de Terapia da Fala e Psicologia.