Dia nacional da luta contra a dor

DIA NACIONAL DA LUTA CONTRA A DOR

“A dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável associada a lesão tecidular, real ou potencial, ou descrita em função dessa lesão”

 – Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP)

A dor não é apenas uma experiência puramente física; também o é emocional, com impacto na qualidade de vida de quem a sente. Pode ser um sinal de aviso para uma lesão (iminente ou real), desempenhando um papel importante de prevenção e recuperação das funções do organismo. Por ir além dos sintomas físicos, a dor é considerada um processo complexo, sendo uma experiência subjetiva a individual, sendo influenciada por vários fatores (culturais, psicossociais, …).

Dor aguda e dor crónica

A dor aguda é uma dor que, até certo ponto, tem consequências benéficas para o organismo, sendo um sinal de alerta que avisa para a ocorrência um traumatismo, queimadura ou doença súbita, por exemplo. É, portanto, um sintoma extremamente importante para o diagnóstico de várias doenças, sendo a principal causa de procura de cuidados de saúde pela população em gera. A dor aguda é limitada no tempo, geralmente localizada e tem um estímulo específico que a causa.

Apesar de ser útil para diagnosticar várias doenças, a dor aguda deve ser tratada, de modo a não se perpetuar no tempo e transformar em dor crónica.   

Quando a dor persiste depois do período estimado para a recuperação de uma lesão ou existe de forma persistente ou recorrente durante pelo menos 3 a 6 meses, sem lesão ativa aparente, é considerada dor crónica. Esta pode surgir no contexto de várias doenças (cancro, artrose, “zona”), após algum tipo de cirurgia e pode agravar com, por exemplo, traumas e posturas incorretas. Pode também ocorrer sem causa aparente.

Que tipos de dor existem?

Existem vários tipos de dor, de acordo com a sua origem. Alguns deles são:

  • Dor traumática: é uma dor aguda que pode afetar ossos, articulações e músculos.  É geralmente causada por traumas no aparelho musculoesquelético, que podem ser, entre outros, classificados como luxações (deslocação de osso para fora da articulação), contusões (trauma de tecidos moles devido a golpes/choques contra algum elemento, sem causar feridas), fraturas (osso “partido”) ou até entorses (alterações que ocorrem numa articulação devido a um movimento brusco e que excede os limites da mobilidade da mesma, com lesão dos músculos envolvidos);
  • Cefaleias e enxaquecas: a cefaleia é conhecida como “dor de cabeça”, sendo uma das formas de dor mais frequentemente observadas. Os tipos mais observados são a cefaleia tensional e a enxaqueca. A cefaleia tensional caracteriza-se por dor na zona da cabeça, couro cabeludo ou pescoço e esta geralmente associada a tensão muscular dessas zonas (contraturas musculares). Esta tensão pode ser devida a stress, ansiedade ou depressão. Pode também ocorrer devido ao cansaço, infeções víricas, abstinência de cafeína, entre outros. A enxaqueca é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a perturbação crónica mais incapacitante e dispendiosa, sendo mais frequente em mulheres. Pode causar náuseas, vómitos, sensibilidade à luz/cheiros/som e pode ser acompanhada de alterações de visão e, em casos raros, convulsões;
  • Lombalgia: é a dor que acontece na região lombar (“fundo das costas”, acima da bacia). Em termos de dor crónica (mais de 12 semanas), é uma das mais comuns;
  • Osteoartrose: afeta as extremidades dos ossos (articulações e cartilagens) e é mais frequente em pessoas com idade avançada. Provoca dor, rigidez nas articulações, limitação de movimentos e deformações. A osteoartrose não tem causa conhecida, mas pode ser originada pro vários fatores (hormonais, metabólicos, mecânicos, etc.).

A dor em números em Portugal

DOR AGUDA:

  • Principal causa de admissão hospitalar e em consultas;
  • 70% dos doentes submetidos a cirurgias relatam dor no pós-operatório;
  • Cerca de 30% dos doentes operados apresentam dor crónica desta origem;
  • 74% dos doentes operados precisam de terapêutica para a dor no pós-operatório;
  • 20% dos portugueses relata que a sua dor não foi bem controlada. 

DOR CRÓNICA:

  • 37% da população adulta sofre de dor crónica;
  • 14% dos portugueses têm dor cónica moderada a intensa;
  • A osteoartrose representa 47% dos casos de dor crónica;
  • O absentismo resultante da dor crónica é em média 14 dias/ano nas mulheres e 6 dias/ano nos homens;
  • Custo anual da dor crónica: 4610 milhões de euros.

Como tratar a dor?

O tratamento deverá ser feito inicialmente nos Cuidados de Saúde Primários, recorrendo ao médico de família, que está habilitado a diagnosticar e tratar a grande maioria dos quadros de dor. Neste sentido, existem várias opções terapêuticas, que vão desde os anti-inflamatórios aos opióides.

Não devem ser, contudo, esquecidas outras medidas complementares: ter uma alimentação equilibrada e variada, fazer exercício físico (caminhadas, alongamentos ou yoga), ter rotinas de sono e descanso adequadas e tratar problemas psicológicos existentes que podem agravar a dor (depressão, ansiedade e insónia).

“Aliviar a dor é obra divina”

– Hipócrates

Para mais informações e detalhe acerca destes rastreios ou outras dúvidas, não hesite em contactar as suas médicas de Clínica Geral/Medicina Geral e Familiar da equipa Neurovagos!

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